Entenda como criptomoedas impactam a economia global

Porém, longe de ser uma febre passageira, o bitcoin, por exemplo, trouxe uma alternativa poderosa para o mercado econômico, que antes era completamente centralizado, e garantiu um lugar nas carteiras de investimento de inúmeras empresas e pessoas interessadas em uma mudança no mercado financeiro.
Existem alguns desafios impedindo uma popularização ainda maior dos criptoativos, como a sua volatilidade característica, que afasta investidores conservadores, e o conhecimento que é necessário tanto para comprar quanto para administrar esse tipo de ativo, que é novo para muitas pessoas.
Impactos
Uma notícia que trouxe esperança quanto à popularização do bitcoin foi dada há pouco tempo, com países como El Salvador adotando a moeda, seguido por regiões como a Ilha da Madeira, em Portugal, e Próspera, em Honduras. Essas decisões foram impulsionadas pela quebra da regra de que finanças precisam ser centralizadas, e governos já foram influenciados por essa ideia. Com a descentralização e complexidade das moedas digitais, vem uma garantia de privacidade e segurança sem a necessidade de mediadores, como o Estado e bancos, nas transações financeiras.No Brasil, estão sendo criados e avaliados projetos de lei dentro do Congresso Nacional, para regulamentar ativos digitais. Isso se dá porque diversos estabelecimentos vêm aceitando criptomoedas como pagamento, principalmente o comércio online, como é o caso das casas de apostas que aceitam bitcoin, as quais oferecem essa opção para apostadores que valorizam sua privacidade e segurança na web. Muitas dessas plataformas também aceitam ethereum e outros ativos, permitindo que usuários se divirtam e palpitem em seus esportes e torneios favoritos de forma simples e fácil.
Economia digital
Com a ajuda do blockchain, governos já estão vendo maneiras de trazer as finanças tradicionais para o mundo digital – e um exemplo disso é a criação de moedas virtuais fiduciárias, como a CBDC. Além disso, nos últimos anos, muitos países, estados e cidades passaram a reconhecer a importância de se integrarem a esse setor em desenvolvimento. Miami, por exemplo, quer se tornar a capital do bitcoin, mostrando como essa moeda ainda tem potencial para crescimento.Vale destacar que ela, mesmo com a volatilidade apresentada, se manteve um dos melhores investimentos desde o final da última década até essa, e diante da atual crise econômica.
Impacto ambiental
Apesar desse impacto econômico positivo, o mercado cripto afeta de forma negativa o meio ambiente durante a mineração. A mineração, processo pelo qual a criptomoeda é gerada, ocorre através de milhões de cálculos feitos por computadores poderosos, que precisam verificar todas as transações realizadas por quem está ativo no mercado. Durante a mineração, são resolvidos cálculos e enigmas matemáticos que validam a transação das moedas – é isso o que garante a segurança do blockchain e protege os registros de transações contra fraudes.A pessoa cujo computador resolve o enigma recebe uma recompensa, que geralmente é uma quantia pequena paga em bitcoins. Como há várias pessoas tentando resolver a mesma coisa, quem consegue é como se vencesse na "loteria".
Como você já deve ter percebido, o problema ambiental reside no funcionamento desses supercomputadores, que demandam níveis imensos de energia. Segundo pesquisadores da Universidade de Cambridge, esses processos podem consumir cerca de 121,36 terawatt-hora (TWh) por ano. Para se ter noção 1 TW equivale a 1 bilhão de quilowatts. "A gente está falando aqui de um consumo de um quilowatt por minuto. Imagina assim: sua conta de luz é R$ 200, se você colocar uma mineradora (um computador minerador de criptomoeda), você vai subir esse valor para uns R$ 20 mil por mês. É isso que eu estou falando. Por quê? Porque o consumo é absurdo de energia. Para quê? Só para decifrar um enigma", explica o coordenador de cursos sobre blockchain na Uninter, Daniel Cavagnari.
Complementar ao consumo energético altíssimo, está o problema do descarte dos materiais eletrônicos. Isso porque, com o tempo, os componentes dos supercomputadores vão se desgastando e precisam ser descartados – muitas vezes de forma irresponsável.